Crise de identidade....






Passamos por muitas crises, porém quando temos uma crise de identidade experimentamos um momento delicado e determinante para todo o resto da nossa vida. Qualquer pessoa normal e saudável passa pela crise de identidade. Essa crise acontece quando a maneira como nos percebemos sofre alterações. O equilíbrio é abalado. O chão foge dos pés. Um sentimento de vazio se instala no coração. As respostas e as certezas antigas são substituídas por um profundo sentimento de frustração e dúvida. Como em toda a crise, a crise de identidade contém duas sementes: um perigo e uma oportunidade. Ela é perigosa porque podemos nos perder, cristalizando em nós uma imagem distorcida e repetindo erros automaticamente. Mas ela é também uma oportunidade de nos reinventarmos, de mudarmos, de superarmos limitações, de corrigir rotas, equilibrando nossa existência e voltando à nossa vocação original.
Falando sobre isso, penso que quando Deus sonhou com sua igreja, ele não pensou em prédios, ou em pastores habilidosos como gerentes, nem em doutrinadores de plantão querendo apontar o dedo para todos. Deus não pensou na igreja como uma estrutura complexa, consumidora de todo o tempo, recursos e energia na sua própria manutenção. Deus sonhou com uma igreja que é uma comunidade relacional curada que produz discípulos autênticos. Discípulos são pessoas que vivem em profundo e constante processo de formação espiritual, que vivem para impactar o mundo e não para cumprir um programa ou obrigação religiosa. Deus sonhou com pessoas comprometidas em crescer espiritualmente, tornando-se pais e mães de filhos espirituais, como mentores de outros discípulos. Deus não sonhou com a igreja aonde as pessoas vão para ouvir, mas com um estilo para se viver. Deus sonhou com uma igreja capaz de amar as pessoas perdidas.
Mas o que aconteceu com este sonho? Uma busca por essa resposta poderá nos levar a viver uma saudável crise de identidade. Levar-nos-á a ver que precisamos retomar o fundamento da nossa missão. É urgente, é imperativo, é primordial voltarmos ao essencial. É este já conhecido caminho que perdemos em nossa caminhada histórica como igreja. Tenho orado para que isto o que falo aqui em nada seja considerado uma novidade para você, mas sim um retorno aos nossos valores antigos, nosso tesouro perdido, um aprofundar das raízes, um adensar do nosso velho compromisso, uma revitalização da nossa fé cristã essencial.
Que essa santa crise de identidade nos leve a nos encontrar de novo com a única missão proposta de Jesus, com o único caminho que Ele nos deixou para sermos sua igreja, o "vem e segue” e o “ide e fazei discípulos”.

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